Encerrou-se o Congresso de Bauru, promovido pela
USE. Ficaram lágrimas e muitas saudades. Foi um evento magnífico, com
expressiva participação, organização brilhante, um bom nível doutrinário.
Depois de muitos meses de trabalho, vem a compensação: as alegrias da
realização, nos encontros, nos abraços, no ambiente fraterno, nos estudos. E
fica novamente uma lição empolgante: a força da união, a força do movimento.
Precisamos valorizar muito a aproximação entre os
espíritas. A Doutrina é por si só de grande alcance em favor da Humanidade, mas
cada um de seus trabalhadores está numa localidade, o que é óbvio e natural.
Sentem vontade de estarem juntos, estão sempre a conversar, especialmente via
fone, mas cada um tem seu compromisso localizado, sua quota de esforço a
realizar na região, local ou instituição a que está vinculado, por força de
compromissos assumidos e aceitos. Porém, é nos eventos e encontros que o
Movimento proporciona, que nos reabastecemos para nossas lutas. É um acréscimo
de energia, pois que a Doutrina já nos transmite essa energia. Mas, temos
necessidade sim do contato físico, do encontro, do abraço, da conversa, da
troca de idéias, da constatação do valor desta força que é a aproximação entre
os espíritas.
Mas, pensemos que a Causa é muito maior que a
Casa. É claro que a dedicação à Casa que nos vinculamos é importante, mas é
fundamental que possamos dar nosso esforço também em favor da Causa, pois que
esta contagiará outros companheiros, esta fortalecerá outros grupos, esta fará
o que muitas vezes não conseguimos fazer sozinhos. E a Causa Espírita surge com
grande transparência no Movimento Espírita, que embora feito por homens
imperfeitos, reflete a dinâmica e os objetivos da Causa.
Importante, pois, que nos vinculemos ao
Movimento, que não nos fechemos entre as paredes de um Centro Espírita.
Mas, que estejamos em contato com o Movimento, que participemos de suas
realizações, que motivemos e levemos nossos grupos a participarem de eventos,
inclusive oferecendo condições para isso. Isto tem uma força incrível, pois
somente quem participa consegue avaliar o que significa esta troca de motivações,
onde os espíritas se encontram e vivem o ideal em sua plenitude. Verdadeira
antecipação do clima espiritual que encontraremos nos planos espirituais, se o
merecermos pelo comportamento coerente com o Evangelho.
Às vezes, observo espíritas desanimados,
preocupados apenas com fenômenos, restringindo a atividade espírita ao passe e
à quase obrigação semanal de ir ao Centro, ouvir, tomar o passe e sair, sem
nenhuma vinculação com mais nada. Ora, isso é Espiritismo? Não, não é!
Espiritismo é alegria, é trabalho, é compromisso, mas é também união pelo
objetivo comum. Fechar-se, recusar a troca de experiência, estar indiferente
aos esforços pela Causa, parece-nos muito mais egoísmo e até ignorância dos
princípios da Doutrina, que veio para todos. E se veio para todos, conclama à
união, para que dessa união, todos sejam beneficiados.
Costumo viver uma situação
engraçada. Sinto-me já dependente desta força do Movimento. Ela me alimenta,
preciso dela, não consigo dispensar-lhe, porque sinto que ela completa o
trabalho, motiva-nos de maneira surpreendente. E é fácil explicar: ela é fruto
da força da própria Doutrina, toda racional, alegre e operante...
Orson Peter Carrara
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