A Difícil Tarefa de Conviver com o Próximo


   A Difícil Tarefa de Conviver com o Próximo

A difícil tarefa de conviver com o próximo
"Me ame quando eu menos mereço porque é nesta hora que eu mais preciso".

Amar nossos filhos, nossos amigos, nossos pais, ou aqueles que nos são caros e estimados, não é tarefa das mais difíceis, principalmente quando tudo está bem e quando estes correspondem às nossas expectativas. Até o criminoso mais impiedoso é capaz de fazê-lo sem grande dispêndio.
Até mesmo amar em certo grau os estranhos não é tarefa das mais difíceis. Colaborar com algumas moedas para o pedinte no semáforo, doar algumas roupas que não nos servem mais, ou um pouco do alimento que abunda em nossa dispensa, são atitudes meritórias quando motivadas por razões puramente humanitárias, e neste caso, denotam certo grau de nobreza, e alguma capacidade de amar o próximo, desde que este próximo permaneça distante.
Difícil realmente é estender o nosso amor para além dos limites assistencialistas da matéria, conviver em harmonia com aqueles que nos tiram do sério, aqueles que não correspondem às nossas expectativas, que nos menozprezam ou ainda pior, nos ignoram. Aqueles pelos quais nutrimos uma antipatia aparentemente inexplicável e que com os quais tampouco conseguimos frequentar os mesmos ambientes.

Expectativas em Demasia

A compreensão de que cada indivíduo age de acordo com sua situação evolutiva, nos oferece uma leitura bastante clara da situação: Cada um sempre faz o melhor que pode baseado em sua formação moral e intelectual. Baseado nas experiências que viveu, cada um cria o seu modelo de mundo, com o qual relaciona-se com as outras pessoas ao seu redor.
Algumas pessoas mentem pois também foram vítimas de mentiras e para elas, este é o padrão, outros atacam por medo ou por sentirem-se inferiores, há àqueles que traem porque também foram traídos, enfim para todo desvio de conduta, podemos encontrar uma razão lógica. É claro que isto não justifica o comportamento inadequado, nem os exime de corrigí-los, somente nos mostra as razões deste comportamento.
Não temos ideia das experiências e dos caminhos que cada um percorreu para chegar até aqui, como podemos exigir que alguém nos ofereça o que ainda não tem? Não devemos esperar do próximo, mais do que ele pode nos oferecer, não é caridoso e chega a ser cuel, esperar que alguém carregue um peso maior do que a capacidade de suas forças.

Orgulho Ferido

Mas somos orgulhosos em demasia. Acreditamos que merecemos um tapete vermelho num caminho decorado com flores, e quase sempre nos ofendemos com qualquer coisa menor que isto. Um comentário descuidado passa a ser uma ofensa lembrada por décadas.

Perdão e Ofensa

O perdão é super-valorizado, melhor do que perdoar é não sentir-se ofendido. Se não existe a ofensa, também não existe a necessidade de perdoar o ofensor.

Conhecimento é responsabilidade

O espírita mais que qualquer um deve compreender estas coisas e posicionar-se de forma inteligente e racional diante das situações de conflito.
Não devemos interpretar as reações das pessoas ao nosso redor como ofensas pessoais, por mais que pareçam ser. Na maior parte do tempo estas ofensas só revelam a fraqueza, o medo e a ignorância daquele que fere. Os fracos e os temerosos devem ser amparados e consolados e os ignorantes devem ser orientados, para que juntos possamos caminhar em direção ao progresso.

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