Existe um padrão de comportamento
que deve ser seguido por todos os espíritas?
Para quem não sabe,
coordeno uma lista de discussão sobre a Filosofia Espírita para Crianças na
internet e, semanas atrás, nosso tema foi Comportamentos Espíritas. Refletindo
sobre ele, pensei o seguinte:
Eu não chamaria
de padrão, porque falamos de pessoas. Há algo de imprevisível no ser humano,
que nos impede de encaixá-lo em padrões. Além disso, quase ninguém gosta de
pensar que age obedecendo a um padrão mas, sim, que segue sua própria vontade.
No entanto, há
uma frase interessante que pode passar despercebida n'O Livro dos Médiuns (item
256), que nos diz que a evolução nos torna cada vez mais parecidos: as
características distintivas da personalidade desaparecem, de certa maneira, na
uniformidade da perfeição.
No início, quando
temos poucas habilidades desenvolvidas, vivemos em meio à diversidade, pois
cada um aprendeu algo diferente. Conforme nos aproximamos da perfeição, que é o
máximo desenvolvimento de todas as habilidades, o que acontece? Todos os que
compartilham nosso estágio evolutivo sabem quase tudo e nós, também. Não
podemos chamar de padrão, mas de afinidade e semelhança.
Então, eu creio
que dá para imaginar algumas coisas que os espíritas podem aprender com a
Doutrina que escolheram que, colocadas em prática, nos tornariam uma comunidade
diferenciada no planeta, através de algumas afinidades e semelhanças, como:
1. Consciência do
processo evolutivo e ação consciente no sentido de evoluir.
2. Empenho para
atingir um profundo autoconhecimento, que geraria equilíbrio emocional e, ao
mesmo tempo, humildade.
3. Aceitação do
livre-arbítrio como atributo de todos os Espíritos, inclusive no direito de
cada um pensar, escolher e agir do seu próprio jeito.
4.
Desenvolvimento da razão e dos instrumentos do pensar, para atender aos
requisitos de uma fé racional; espírito investigativo, amor pelo estudo e pelo
conhecimento.
5. Melhoria
gradativa dos sentimentos, pela compreensão de que cada ser age dentro da sua
possibilidade evolutiva e da paternidade divina, que nos converte todos em
irmãos.
6. Paciência e
resignação perante o maior número possível de pessoas e suas atitudes para nós
incompreensíveis, fé no Bem e nas qualidades positivas presentes em seres
humanos.
7. Confiança nos
Espíritos orientadores, não descuidando da análise das comunicações.
8. Aceitação da
mediunidade como faculdade humana em ação 24 horas por dia e de suas
conseqüências.
9. Aproveitamento
das oportunidades de esclarecer nos postulados espíritas aqueles que assim
desejem, lembrando que a melhor divulgação do Espiritismo é o nosso próprio
exemplo de vida.
Talvez
encontremos outros pontos de afinidade, se continuarmos analisando a questão.
Escrevi, na ocasião, que considero este tema palpitante, além de uma reflexão
indispensável para todo educador espírita. Afinal, se nossas crianças aprendem
por imitação, que tipo de modelo nós temos sido?
Rita Foelker
Rita Foelker
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